sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Loucuras


Ai que loucuras! Ninguém por perto. Só bons corações voantes.
Perdi-me nestas asas. Estas. Aqui. Perdidas. Esquecidas e enferrujadas.
Estas penas cheias de rancores e medos frustrantes que me impedem de pensar.
Loucuras, meus caros fantasmas.
Fantasio com aquela luz que eram os teus olhos. De um azul tão lindo. Tão puros, tão penetrantes.
Só queria que ardessem, que esta mágoa crescente em mim se desvanecesse neste céu de amargura.
Dores e mais dores. Mas que somos nós então? Vagabundagem delirante, de certo. E que mais? De que serve existir se para viver precisamos de calor?
Não entendo. Tantos Homens aqui lutando por tudo e eu feito aqui em nada... queria saber, só, de que vale isto de que chamamos de “pensamento” se só nos faz corar ou chorar.
Dentro das duas, a pior que se acuse.
Não passamos de meros animais.
Esta secura constante no ser em que vivemos não nos vale.
Reduzamo-nos à nossa insignificância, passando mais um cliché dos desinteressados. Fiquemos impunes a esta realidade que nos consome. Fiquemos radiantes com o nosso infeliz destino e deitemo-nos aqui, nesta terra fria com morte por debaixo. Sim, sejamos isso, essa doença permanente do sofrimento de percebermos quem somos. O que somos. E nada mais que isso.

Lucem, 

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