Ai que loucuras! Ninguém por perto. Só bons corações
voantes.
Perdi-me nestas asas. Estas. Aqui. Perdidas. Esquecidas e
enferrujadas.
Estas penas cheias de rancores e medos frustrantes que me
impedem de pensar.
Loucuras, meus caros fantasmas.
Fantasio com aquela luz que eram os teus olhos. De um azul
tão lindo. Tão puros, tão penetrantes.
Só queria que ardessem, que esta mágoa crescente em mim se
desvanecesse neste céu de amargura.
Dores e mais dores. Mas que somos nós então? Vagabundagem
delirante, de certo. E que mais? De que serve existir se para viver precisamos
de calor?
Não entendo. Tantos Homens aqui lutando por tudo e eu feito
aqui em nada... queria saber, só, de que vale isto de que chamamos de
“pensamento” se só nos faz corar ou chorar.
Dentro das duas, a pior que se acuse.
Não passamos de meros animais.
Esta secura constante no ser em que vivemos não nos vale.
Reduzamo-nos à nossa insignificância, passando mais um
cliché dos desinteressados. Fiquemos impunes a esta realidade que nos consome.
Fiquemos radiantes com o nosso infeliz destino e deitemo-nos aqui, nesta terra
fria com morte por debaixo. Sim, sejamos isso, essa doença permanente do
sofrimento de percebermos quem somos. O que somos. E nada mais que isso.
Lucem,
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