quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Banalidades Escritas

Hoje todos escrevem. São todos Pessoa ou Voltaire ou Dante. Portugueses ou Franceses ou Italianos. 
Ingleses. 
Tudo o que mexe e não mexe é inspiração e aflige-me a alma de pensar que essas diversidades são todas do Homem. Claro que não as são. Imitações baratas de verdadeiros veredictos. Blafémias!
Ainda bem que toda a gente escreve. É sinal que tomamos partido de uma inteligência mais ou menos boa. Que não somos tão má raça como às vezes parece. E devemos sempre escrever. Nem que seja uma barbaridade como esta. Nem que seja um pensamento perdido. Porque a única coisa que perdura no tempo é a escrita. 
Palavras, words, que parecem fazer sentido e que são passadas a outros, ensinadas a outros tantos e devoradas por ninguém. 
Sejamos humanos na nossa arte e que isso seja razão suficiente para continuarmos. 
Ou não. 

Lucem,

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Palavra Mágica

De que me serve o sol, se quero a lua e a chuva?
De que me servem os pés cansados, se a lucidez se perde?
...
Já fui longe demais e ainda agora aqui cheguei.
Peçam-me desculpa se estas palavras já outrora pertenceram aos grandes nomes ou a uma ficção medíocre qualquer a que se assiste. Não o foram. Não somos donos de nada. 
Mas sim, peçam-me desculpa. Pelas banalidades, pelas frases feitas, pelos sentimentos fingidos, pelas mentes vazias. 
Peçam-me desculpa.
Ai não! DESCULPEM! A magia da palavra não nos pertence. Não aguentaríamos de qualquer forma.
Moralidades, humanidades. Ninguém percebe. Esta árvore que admiro é mais humana que a humanidade. Risos. Devaneios. 
Devaneios!
Peçam-me desculpa, porra. 
E já me calo.
Lucem, 



domingo, 25 de janeiro de 2015

Vontade de ti.


Que dor e que satisfação... aquele ignorar de voz e de toque.
 Sinto arrepios no corpo todo. Especialmente no peito, onde jaz esta pedra latejante que emana sangue.
                Ai! Que bom esta frieza do teu ser. Essa essência insípida que me corrói as entranhas e me faz desejar-te mais. Um dia de desprezo, mil horas de afastamento. Não importa.
Faz-me querer o impossível que é odiar-te sem dó.
Interessante como esse olhar ardente ainda não me queimou a pele e fez gritar de sofrimento. Ou esse dom da palavra que tens e me atrai constantemente.
Só me quero afastar. Ir para longe de ti e esquecer este efeito cruel que tens em mim.
Só quero ter-te e não te tenho porque te vejo perder por falsos amantes.
Esse poder que tens não mais ninguem o tem.
Essas mãos penetrantes de palavras na minha boca.
Que martírio! Desaparece que não te quero... longe! Aqui, os dois sós e nus, rejeitando-nos um ao outro como se se tratasse de pecado. Pecado só de pensar. Que nojo me metes com essa tua forma de ser que me magnetiza.
Desisto, desisto de te ignorar, mas por favor, vai-te embora que só trazes maldade. Leva contigo este meu corpo escravo da tua insana ideia. E deixa, deixa comigo as memórias de emoções ardentes que me destroem o senso. Deixa também a minha derrota, por te querer e não querer, por te glorificar e me desprezares. Porque eu sou mesmo isso: um objeto do teu veneno pecaminoso.
Leva a minha alma pura de sentidos e entrega-me o desprezo e a raiva que tens, sempre fico com algo teu para me satisfazer a vontade.
Lucem, 


sábado, 24 de janeiro de 2015

Apobrecimento

Muita tristeza. Pobreza. De espírito, de físico, de cultura, de humildade. Humanidade, melhor. 
Passo aqui, junto a esta fonte límpida todos os dias. Várias vezes ao dia. Todos os dias. Um Homem, sentado sempre no mesmo sítio. Tem consigo experiência, sabedoria, de certo. É velho. Roupa velha. Cheiro a velho. Rosto de. Velho. Todos os dias.
Tem as mãos pintadas de sujo. As rugas notam-se salientes. Tem uma marca de rua no braço, por debaixo da camisa apodrecida. Olha fixamente, sem pestanejar, uns olhos sós, claros de mágoa. 
Imóvel. Todo o dia, todos os dias. 
Passam pessoas diferentes, umas pequenas bizarras; umas grandes excêntricas. E Ele ali. Como se estivesse colado àquele cimento frio. Ignorado na sua existência. Tenho ideia de que viva. Não tenho certezas. 
Homem pobre, pobre Homem. 
O que fizestes para aí estar não sei. Humildemente retrato o teu ser, ou não ser. Os outros passam. Não se questionam. Não falam nem olham. Desprezam. E eu estou só a ver, pacientemente? Passivamente? 
Não se mexe. 
Lucem,





sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Loucuras


Ai que loucuras! Ninguém por perto. Só bons corações voantes.
Perdi-me nestas asas. Estas. Aqui. Perdidas. Esquecidas e enferrujadas.
Estas penas cheias de rancores e medos frustrantes que me impedem de pensar.
Loucuras, meus caros fantasmas.
Fantasio com aquela luz que eram os teus olhos. De um azul tão lindo. Tão puros, tão penetrantes.
Só queria que ardessem, que esta mágoa crescente em mim se desvanecesse neste céu de amargura.
Dores e mais dores. Mas que somos nós então? Vagabundagem delirante, de certo. E que mais? De que serve existir se para viver precisamos de calor?
Não entendo. Tantos Homens aqui lutando por tudo e eu feito aqui em nada... queria saber, só, de que vale isto de que chamamos de “pensamento” se só nos faz corar ou chorar.
Dentro das duas, a pior que se acuse.
Não passamos de meros animais.
Esta secura constante no ser em que vivemos não nos vale.
Reduzamo-nos à nossa insignificância, passando mais um cliché dos desinteressados. Fiquemos impunes a esta realidade que nos consome. Fiquemos radiantes com o nosso infeliz destino e deitemo-nos aqui, nesta terra fria com morte por debaixo. Sim, sejamos isso, essa doença permanente do sofrimento de percebermos quem somos. O que somos. E nada mais que isso.

Lucem, 

Instruções slash Apresentação

Caríssimos, 

venho por este meio confirmar a minha presença no mundo virtual a partir de um blog. Contudo, e para que fique esclarecido desde início, eu sou uma pura amadora, pelo que aceito críticas com todo o gosto, sugestões e reflexões (caso tenha esse efeito) de todos os interessados!

Uma pequena introdução para ficarem a conhecer um pouco deste monstro:

O meu nome é Liliana Torres, portuguesa de nacionalidade e de coração. Respondo por Lucem, se tiverem curiosidade descubram porquê e mandem os vossos "bitaites"!
Fã de música "pesada" e o seu extremo "clássico". Adoro uma boa dose de sono, risos, filmes e comida. Conquistam-me, em grande parte, pelo estômago.
Gosto de ler, de escrever, de passear. 

Tenho sonhos infinitos e aspirações que alucinados teriam.
A natureza e a ideia de que existem extraterrestres fascinam-me.

Acredito que a única religião que existe é aquela em que nós somos a nossa própria luz. Polémico, não?
Sou aspirante a psicóloga com uma veia de louca.
Gosto de uma boa conversa fundamentada e adoro discutir coisas que me interessam. Ou sobre nada, também não será um problema!


Tenho algumas regras para vocês, seus ajuizadores, sintam-se no dever de as cumprir:


1. Leiam com a mente aberta. Digo isto no sentido de darem mais e mais profundos significados ao que escrevo.

2. Critiquem. Muito. Mas muito mesmo. Gostaria de saber sempre a vossa opinião e a forma como se sentem ao ler o que escrevo. Desde o horrível ao perfeitamente horrível, tudo conta!
3. Não sou propriamente pessoa de textos bonitos, aqui deprime-se um pouco e é-se um pouco agressivo, por isso aconselho que leiam estes textos quando se sentirem chateados com algo. Para ser assim ainda pior. O mundo precisa de pessoas revoltadas!
4. Sejam felizes quando lêem ou escrevem, pois se somos seres inteligentes é para aproveitar os maiores prazeres da vida, incluindo estes dois, claro!

5. Por último, quero reforçar a ideia de que deverão explorar, sejam os meus textos, a textos de outras pessoas porque é importante manter esta atividade ativa (passando a redundância), pois escrever só para nós próprios pode ser ou egoísta, ou um esconder de pérolas e cabe aos leitores pensarem e divulgarem isso!



Este blog tem por objetivo a partilha de textos originais quando a inspiração se instala.



Por agora é só, deixo-vos já hoje um texto que tenho por aqui perdido, espero que gostem!

Abreijos!*

Lucem,(janeiro 2015)